Agronegócio

Governo autoriza o registro de 1 princípio ativo inédito e 5 genéricos usados na formulação de defensivos agrícolas

Produtos serão utilizados como matéria-prima para o desenvolvimento de pesticidas para os agricultores. São 241 registros publicados no Diário Oficial em 2020.

Por: G1 - Ribeirão Preto - SP

10/08/2020

O Ministério da Agricultura liberou nesta segunda-feira (10) o registro de mais 6 agrotóxicos para utilização industrial, ou seja, produtos que serão usados como matéria-prima na elaboração de pesticidas para os agricultores. Já são 241 registros anunciados neste ano (leia mais abaixo).Do total, 5 princípios ativos são genéricos de produtos já autorizados no Brasil. O outro é uma substância inédita, o herbicida Piroxasulfona, que tem registro autorizado nos Estados Unidos. Na União Europeia, nenhuma empresa pediu ainda a liberação deste pesticida.Entre as substâncias genéricas liberadas está o inseticida Dinotefuran, considerado "extremamente tóxico" para uso industrial pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Porém, nos produtos liberados para uso do agricultores até agora, a classificação toxicológica é mais baixa, sendo considerado como "improvável de causar dano agudo".Há ainda a liberação para o inseticida Acefato, um dos mais vendidos no Brasil e que foi banido da União Europeia por estar associado à perda de fertilidade masculina. Além disso, a UE argumentou que seu resíduo pode causar morte de aves e espécies marinhas, como anfíbios e peixes.Registros no anoAo todo, são 241 registros de novos agrotóxicos em 2020, segundo publicações no Diário Oficial da União, que é por onde o G1 se baseia.Desde 2005, quando o governo começou a compilar os dados de registro de pesticidas, 2020 perde apenas para 2018 e 2019 - ano em que o país teve liberação recorde de agrotóxicos.Até agora, são 4 princípios ativos inéditos no ano: todos pesticidas biológicos.Pela legislação brasileira, tanto produtos biológicos utilizados na agricultura orgânica quanto químicos utilizados na produção convencional são considerados agrotóxicos.Os outros 237 registros são de genéricos, sendo:103 ingredientes químicos de agrotóxicos que são vendidos aos agricultores;41 pesticidas biológicos vendidos aos agricultores;93 princípios ativos para a indústria formular agrotóxicos.Novo método de divulgaçãoNeste ano, o governo alterou a forma de divulgação do registro de agrotóxicos. Até 2019, o ministério anunciava a aprovação dos pesticidas para a indústria e para os agricultores no mesmo ato dentro do "Diário Oficial da União".A série histórica de registros, que apontou que 2019 como ano recorde de liberações, leva em conta a aprovação dos dois tipos de agrotóxicos: os que vão para indústria e os que vão para os agricultores.Em nota, o Ministério da Agricultura explicou que a publicação separada de produtos formulados (para os agricultores) e técnicos (para as indústrias) neste ano tem como objetivo "dar mais transparência sobre a finalidade de cada produto"."Assim, será mais fácil para a sociedade identificar quais produtos efetivamente ficarão à disposição dos agricultores e quais terão a autorização apenas para uso industrial como componentes na fabricação dos defensivos agrícolas", completou o ministério.Como funciona o registroO aval para um novo agrotóxico no país passa por 3 órgãos reguladores:Anvisa, que avalia os riscos à saúde;Ibama, que analisa os perigos ambientais;Ministério da Agricultura, que analisa se ele é eficaz para matar pragas e doenças no campo. É a pasta que formaliza o registro, desde que o produto tenha sido aprovado por todos os órgãos.Tipos de registros de agrotóxicos:Produto técnico: princípio ativo novo; não comercializado, vai na composição de produtos que serão vendidos.Produto técnico equivalente: "cópias" de princípios ativos inéditos, que podem ser feitas quando caem as patentes e vão ser usadas na formulação de produtos comerciais. É comum as empresas registrarem um mesmo princípio ativo várias vezes, para poder fabricar venenos específicos para plantações diferentes, por exemplo;Produto formulado: é o produto final, aquilo que chega para o agricultor;Produto formulado equivalente: produto final "genérico".

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