Esportes

PBR - Um negócio de US$ 350 milhões

O chefão dos rodeios fala sobre os atrativos da modalidade, o crescimento do espetáculo no Brasil e sobre os cuidados tomados no tratamento dos touros

Por: Revista Veja - Ribeirão Preto - SP

15/04/2013

O executivo americano Jim Hayworth assumiu o comando da Professional Bull Riders (PBR) em 2011, com o objetivo de transformar a montaria em touros em um esporte de sucesso. Ele acredita que vem cumprindo seus objetivos. “Movimentamos cerca de 350 milhões de dólares no último ano, e temos condição de competir com qualquer liga americana em força econômica, à exceção da NFL”, diz, citando a bilionária liga do futebol americano. Em visita ao Brasil para prospectar novos negócios, ele falou a VEJA sobre o crescimento do esporte no pais.Como o senhor vê o crescimento do rodeio no Brasil?Estamos comemorando vinte anos de PBR nos Estados Unidos, e acho que os investidores do começo nem imaginavam como essa ascensão seria rápida, não apenas lá, mas em países como o México, o Canadá, a Austrália e especialmente o Brasil. Hoje vemos o Brasil como um mercado de muita oportunidade para o futuro, que talvez possa se tornar até maior do que os Estados Unidos. Acho que o sucesso no Brasil se baseia na identificação que as pessoas têm com o estilo de vida que cerca o rodeio e a montaria em touro. O crescimento da economia e a ascensão da classe média são fatores importantes, mas não é só isso: tem a ver com essa identificação entre o rodeio e a vida das pessoas, especialmente no interior do Brasil. Também entram outros fatores, como a exposição cada vez maior na televisão e em outras mídias, e o sucesso de peões brasileiros como Silvano Alves, que é o atual bicampeão mundial, e Adriano Moraes, que foi três vezes campeão.Qual é o grande apelo para atrair mais fãs? Acho que os jovens querem esportes radicais, e o nosso é um deles. Pode ser tão atraente quando qualquer outro. Há o perigo e também a emoção, e são esses fatores que fazem as pessoas se interessar. Nós acreditamos que a montaria em touros é o esporte radical original, ele vem antes do motocross, do skate, do bungee jumping, e pode ser tão emocionante quanto qualquer um deles.O senhor já tentou montar num touro? Não, eu sou grande demais e velho demais para isso. Já montei cavalos, mas nem se compara. Mas adoro assistir. Costumamos dizer que, comparando com o futebol, no rodeio temos um gol a cada oito ou dez segundos. É uma emoção diferente esperar para ver se é o touro ou o peão que vai vencer.As denúncias de maus tratos aos animais tornaram os rodeios eventos polêmicos. Como os organizadores zelam pea saúde e o bem-estar dos touros? Quem tiver a oportunidade de acompanhar uma de nossas etapas poderá ver que os touros são tratados como popstars. Acho que temos até mais preocupação com eles do que com os peões! Ficamos atentos à alimentação deles, ao transporte entre uma e outra etapa... Cuidar dos animais e tratá-los com carinho e atenção é fundamental para o sucesso de nosso espetáculo. Além disso, tudo acontece numa arena aberta, com 50.000 pessoas assistindo. Nós não atrairíamos tanto público se os animais estivessem sendo maltratados diante de todo esse público.Quanto dinheiro a indústria de rodeio movimenta hoje? Ainda não temos cálculos específicos no Brasil, mas sabemos que grandes eventos, como Barretos ou Americana, podem criar de 12.000 a 14.000 postos de trabalho temporários, desde a parte de luz, som e montagem das arquibancadas até a prestação de serviços e venda de produtos. Globalmente, podemos dizer que o PBR movimenta cerca de 350 milhões de dólares por ano. Acho que podemos competir com qualquer uma das ligas mais valiosas nos Estados Unidos, à exceção da NFL. Temos um esporte atraente para oferecer ao público e queremos conquistá-lo.

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