Esportes

Moradores do Texas, peões matam saudade do país com etapa nacional

Principais favoritos ao título nacional na montaria moram nos EUA. Apesar da premiação melhor fora, peões preferem o clima tupiniquim

Por: Viola Show - Ribeirão Preto - SP

21/05/2013

De volta ao lar. O Rodeio de Jaguariúna, quinta etapa do circuito nacional de montarias, também serve para que os principais peões matem a saudade do Brasil. Os favoritos ao título têm residência no Texas, Estados Unidos, berço do esporte e com prêmios mais vantajosos. Mas, para eles, nada melhor do que competir ao som do sertanejo e da narração em português.O peão Renato Nunes teve o gostinho de conquistar o campeonato mundial de montaria em touro em 2010. Desde 2005, o atleta já esteve em sete finais de mundiais e conta que a diferença entre os dois países está no tipo de competição. “Lá é tudo mais profissional, o dinheiro de prêmios é muito melhor, os animais são mais difíceis e a rivalidade é mais severa”, explica.  Nascido no Paraná, Nunes começou a montar aos dez anos e a competir profissionalmente aos 17. “Sinto saudade da família, é difícil”, conta.Touro é o adversário
Nos bastidores do rodeio, o clima entre os peões é tranquilo e de amizade. A preparação antes das provas inclui alongamentos, checagem dos equipamentos e orações. “Somos amigos, nos ajudamos sempre, torcemos muito um pelo outro, afinal, nosso adversário é o boi e não outros peões”, explica Nunes.

O peão João Ricardo Vieira, de 28 anos, explica que o atleta precisa trabalhar em conjunto com o touro para permanecer sobre o animal durante os oito segundos. A montaria, segundo ele, começou como brincadeira aos 16 anos e após ganhar o título de Cowboy Revelação no ano passado, se mudou para a terra do Tio Sam. A principal dificuldade é a língua. “A gente se atrapalha um pouco, mas vai pegando o jeito, é bem diferente”, conta. “É bem mais gostoso competir no Brasil, aqui é nossa casa”, conta.

Fama e autógrafos
Entre os favoritos da quinta etapa do Circuito Nacional de montaria, em Jaguariúna, um jovem de 22 anos chama atenção. Com pouca idade, o peão Eduardo Aparecido Silva já compete profissionalmente desde os 16 e busca títulos e prêmios no Texas. O jovem diz que a idade não interfere na hora de enfrentar o touro e faz um ritual cada vez que pisa na arena. “Sempre leio a bíblia, peço proteção pra mim e para os meus companheiros”, conta.

Enquanto arrumava as botas nos bastidores das provas de Jaguariúna, o peão Valdiron de Oliveira Santos, de 33 anos, um dos favoritos ao título, contou que seguiu os passos do irmão mais velho na profissão. “Faz 15 anos que estou nessa carreira, via meu irmão pulando e queria fazer igual”, conta. Ao ser perguntado sobre os valores que já recebeu, o peão tenta desconversar, mas entrega. “Já ganhei até US$ 260 mil”. 

Desde 2007 morando nos Estados Unidos, Santos se diverte com a vida que leva lá. “Sempre que saio tenho que dar autógrafos, tirar foto, tem gente que me segue na rua”, diz, aos risos.

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